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»EVENTO FORTALECE LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

20/03/2015



Numa manhã em que as mulheres estavam no comando, coube a um senhor o título de personagem do evento Rio Lilás, realizado pela Rede Capital, nesta quinta-feira (19 de março), no Largo da Carioca, Centro do Rio. Imar Alves Farias foi até o local, onde ocorria uma ação social voltada ao público feminino, para pedir ajuda a uma amiga, vítima de violência doméstica. Na tenda do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), solicitou apoio e recebeu orientação para procurar a promotoria especializada e a Defensoria Pública do estado. “A minha amiga já esteve em delegacia, fez exame de corpo de delito, mas ninguém resolveu nada. Estou aqui para saber melhor como proceder a partir de agora para que ela não volte a sofrer violência”, declarou.


O gesto de Imar simboliza a ideia do Rio Lilás e de todo o movimento desencadeado pela rede Capital, coletivo formado por entidades governamentais e da sociedade civil para reforçar a luta pela igualdade de gênero. Integram o grupo a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), a Subsecretaria das Mulheres da prefeitura, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, além de organizações não-governamentais.


Ao procurar ajuda na tenda do MPRJ armada no meio do Largo da Carioca, ele entrou em contato com as outras instituições integrantes da iniciativa e recebeu farto material sobre o enfrentamento à violência doméstica. Levou para casa, por exemplo, fôlderes sobre os vários tipos de violência e rede especializada de atendimento no estado e no município. A iniciativa fez parte da série de eventos promovidos pela SEASDH no mês de março, o mês lilás. É uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8.


“É um período dedicado às mulheres. E nesse evento devemos mostrar que a luta não é só contra a violência física. Temos que ter igualdade de condições de trabalho e de salários. É preciso ter oportunidades iguais”, observou a titular da SEASDH, Teresa Cristina Cosentino, que prestigiou o Rio Lilás. “É importante reunir as entidades e promover as redes de orientação e atendimento especializado”, acrescentou. Ao discursar, a secretária ressaltou a importância da educação como forma de mudar a cultura da população. “Devemos mostrar aos meninos que é preciso respeitar as meninas. Precisamos mudar o que está aí e mostrar que as mulheres precisam ser tratadas com gentileza.”


Assim como Imar, milhares de pessoas circularam nesta quinta-feira pela Carioca. A maioria parou para conhecer os serviços prestados pelos parceiros da Rede Capital. Na tenda da Defensoria Pública, logo no início da manhã, uma mulher procurou os profissionais para fazer um apelo. Passando por um problema grave em casa, confessou ser vítima de violência doméstica. Sem saber a quem recorrer, acabou parando no evento, por indicação de uma vizinha. Saiu de lá com a orientação de prestar queixa e encaminhar os pedidos de divórcio, pensão alimentícia e da guarda do filho. “Orientação era o que eu mais precisava”, declarou a mulher, que preferiu não ser identificada.


Ao longo do dia, das 9h às 16h, além de orientação jurídica e repasse de informações, foram oferecidos outros serviços. O Hospital-Geral da Mulher enviou equipe para realizar o trabalho de orientação. “Estamos falando sobre prevenção a câncer de colo de útero e de mama, planejamento familiar e cuidados com as doenças sexualmente transmissíveis”, informou o ginecologista Luiz Augusto Ferreira, coordenador do Hospital da Mulher.


Entre um atendimento e outro, ainda era possível curtir um pouco de música e acompanhar as apresentações teatrais da Companhia Laboratório Cultural, de Austin, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os jovens renderam homenagens às mulheres pela passagem do 8 de março.


Para quem circulava pela Carioca, um evento desse porte é de grande importância. Muitas pediram a realização de outras campanhas semelhantes. “É uma ação importante para as mulheres, principalmente para quem não tem acesso a informações. Ajudar é o principal papel”, comentou Mônica Diniz, que estava indo para o trabalho e parou para receber o material informativo.


Durante a ação na Carioca, as entidades ressaltaram a necessidade da união de esforços das esferas de governo para fortalecimento da rede de promoção dos direitos das mulheres. A subsecretária de Estado de Política para as Mulheres, Marisa Chaves, aproveitou a ocasião para lembrar de ações desenvolvidas pelo estado para fortalecer a rede de enfrentamento à violência contras mulheres.


“Lançamos o Projeto Via Lilás, no último dia 2. Instalamos computadores interativos nas estações de trem da SuperVia e passamos a orientar as mulheres e mostrar que elas têm uma rede de atendimento, centro de acolhimento e delegacias especializadas. É preciso ter ações articuladas para garantir os direitos das mulheres.”


No discurso, Marisa também falou sobre a necessidade de reforçar as informações sobre a Lei Maria da Penha, que vai completar 9 anos de mais rigor para os agressores de mulheres, e declarou. ‘Não podemos silenciar. Em caso de violência doméstica contra a mulher, ligue 180.”


A secretária Especial de Políticas para Mulheres da cidade do Rio de Janeiro, Ana Rocha, seguiu a mesma linha de raciocínio e pregou a união das esferas governamentais com a sociedade civil organizada para fortalecer a luta pela igualdade. “Estamos dando mais um passo para esclarecer e mostrar que há caminhos contra a violência doméstica”, afirmou.

 


 

 

 

 

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